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terça-feira, 2 de julho de 2013

Empresa de Eike suspende projetos e ações desabam

Fonte:Tribuna do Norte
Tasso Marcelo
Eike Batista: queda de ações em todas as empresas e imagem desgastada durante manifestações
Eike Batista: queda de ações em todas as empresas e imagem
desgastada durante manifestações

A agonia da OGX, petroleira que funciona como empresa-âncora do grupo de Eike Batista, teve ontem um capítulo surpreendente: em fato relevante divulgado ao mercado, a empresa informa que sua principal aposta de receita, o campo Tubarão Azul, na Bacia de Campos, que iniciou produção em 2012, pode parar de produzir em 2014. A notícia caiu como uma bomba sobre a negociação das ações de todas as empresas de Eike.

O papel da OGX terminou o pregão cotado a R$ 0,56, com queda de 29,11%. Girando em negócios do dia R$ 200 milhões - o equivalente a 3,5% do volume financeiro da BMF&Bovespa - a petroleira arrastou as demais empresas X, contaminou outras companhias, como a Petrobras, e o próprio Ibovespa, que não conseguiu se sustentar em terreno positivo e fechou o dia em queda de 0,48%.

“Pela manhã as ações chegaram a cair 40%. A coisa está preta”, resumiu Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), depois que negociações com papéis da OGX foram suspensas em sucessivas vezes na Bolsa.

Além de Tubarão Azul - que até o início da crise, em junho do ano passado, era considerada a estrela da OGX, com estimativa de 110 milhões de barris de petróleo que a empresa poderia retirar do reservatório -, foram revistos os projetos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, na mesma Bacia de Campos. Até setembro, deverão ter novos planos exploratórios apresentados à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sob risco de devolução da concessão.

Contratos

Na esteira das más notícias, a OSX teve revelado que cinco contratos de plataformas (duas flutuantes e três fixas) foram sustados. Sem a expectativa de produção inicialmente informada ao mercado, não haveria necessidade de tantos equipamentos encomendados ao estaleiro. Resultado: as ações da OSX fecharam em queda de 5%. Também se destacaram entre as maiores quedas CCX (-16,48%), LLX (-10,10%), MMX (-9,42%) e MPX (-4,64%).

A OGX disse ter concluído “análise detalhada” do comportamento de cada um dos três poços de produção do Campo de Tubarão Azul desde o início da produção e concluiu que não existe, no momento, “tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer investimento adicional nesse campo visando aumentar o seu perfil de produção”. Mesma explicação usada para os demais campos.

A justificativa foi questionada por geólogos. “Isso não é um problema de tecnologia. Isso é um fato da geologia. A OGX vai ter que perfurar mais poços para produzir petróleo, o que pode ser antieconômico”, avaliou o especialista em geologia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Jorge Abreu.

Procurada pelo Estado, a OGX não respondeu a questionamentos nem mesmo por e-mail.

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